10 coisas que você deve saber sobre o programa Ciência sem Fronteiras
24/04/2014 por
Já imaginou um documento onde todas as informações pertinentes sobre o programa estão descritas lindamente especialmente para você? Sim? ELE EXISTE! Chama-se edital! Assim como todo concurso público, o programa Ciência sem Fronteiras tem um edital. Leia-o! Imprima! Cole do lado da sua cama! Decore-o! Muitas dúvidas poderão ser sanadas através dessa leitura e você ficará um pouco menos perdido durante o processo.
O programa Ciência sem Fronteiras oferece a possibilidade de estudo em quase todos os continentes, não somente América do Norte e Europa, como muitos pensam. Países como Cingapura, Nova Zelândia, Índia e muitos outros estão na lista. É possível que a universidade referência para a pesquisa que você quer desenvolver seja na República Tcheca… Vai saber, né! Confira aqui a lista completa.
Apesar das áreas contempladas terem sido revistas, ainda existem restrições nesse quesito. Diferentemente de outras bolsas da CAPES e do CNPq, muitas áreas de estudo de Humanas não são contempladas pelo edital do CsF (essa ciência tem fronteiras, afinal). Muitos desavisados se inscrevem mesmo assim e recebem NÃO como resposta. Logo, confirme aqui se a sua área de pesquisa é contemplada e tente descobrir em grupos de discussão se há alguém com projeto na mesma área que já teve a bolsa aprovada antes de sair todo serelepe escrevendo plano de estudo, ok?
Reza a lenda (na verdade está descrito no cronograma no site - clique aqui) que o prazo para análise do processo depois que você envia a sua documentação é de 120 dias #sqn. Segundo a nossa própria experiência, a maioria dos candidatos recebeu a resposta com atraso de mais de um mês desse prazo inicial. Uns coitados estão nessa angústia há mais de 200 dias e nada. Claro, há exceções. Mas já se prepare! É provável que a tecla F5 do seu computador caia nesse processo. Insônia, engordar ou emagrecer, unhas roídas são sintomas que podem aparecer durante a espera. Recomendo suco de maracujá e Água de Melissa para acalmar os nervos. O CsF é uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC) – se você não sabia disso ainda, volte dez casas e entre no site do programa pelo menos uma vez na vida - e é administrado por suas respectivas agências de fomento a pesquisa: as famosas CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Ou seja, há editais administrados pela CAPES e editais administrados pelo CNPq. O que isso muda na minha vida?
Bom, o processo é o mesmo, contudo, há itens que podem variar de uma agência para a outra. Por exemplo, a lista de cidades consideradas de alto custo (possuem adicional no valor mensal da bolsa) não é a mesma para as duas instituições (veja a lista, item 1.1. Adicional de localidade). Cada uma delas tem a sua própria lista. Assim, saiba para qual delas você está fazendo inscrição e descubra no famigerado edital as especificidades de cada uma.
Os processos para a CAPES e para o CNPq são independentes. Assim, caso você se inscreva para um deles e tenha o pedido indeferido, você poderá se inscrever para outro edital administrado pela outra instituição e ter uma nova chance de aprovação.
Após a sua inscrição, você irá acompanhar o status do seu processo através desse site: GED - Situação do Processo; E depois de ser aprovado, irá enviar os seus documentos através desse site: GED - Documentos Avulsos.
Saiba de antemão que ambos os sites são temperamentais. Ou seja, ora funcionam, ora não. Então prepare o seu estômago para isso. E já pesquise como irá consertar a tecla F5. Além disso, às vezes no site para envio de documentos complementares não aparece aviso algum de confirmação de envio. E-mail de confirmação nem pensar. Você ficará neurótico e mandará o mesmo documento três vezes. Been there, done that.
Eu sei que você sabe (… já que a vida quis assim…) que os processos de aplicação para a bolsa do CsF e para as universidades são dois processos independentes e com exigências diferentes. O que você precisa saber também é que esses processos possuem cronogramas diferentes. Logo, se você decidiu aplicar ontem para a bolsa, saiba que antes de fazer isso terá que: pesquisar as universidades que possuem a mesma linha de pesquisa que você, pesquisar orientadores, conversar com orientadores, se inscrever para as universidades, ser aceito por alguma universidade e também pelo orientador. Após ter a carta de aceite da universidade e confirmação do orientador, você vai se inscrever para o CsF, para o edital que estiver aberto.
PS: Ou você pode ser um grantee da LASPAU e receber auxílio para elaborar os documentos, ajuda nas inscrições e suporte financeiro. Além disso, sendo um grantee da LASPAU, você não precisará enviar a carta de aceite da universidade na inscrição para o programa Ciência sem Fronteiras! Saiba mais aqui!
Aquele valor mensal que você irá receber para pagar as contas (e baladas - dream on) é, para muitas cidades, insuficiente. Eu farei doutorado às contas da Dilma, mas passarei fome e frio? Calma, amigo, não se desespere! Você terá que vender brigadeiro na porta da universidade pra sobreviver. Ou você pode pedir bolsa adicional para a própria universidade para complementar a sua renda. Isso é mais comum do que você imagina. Se a universidade realmente quer que você estude lá, eles não irão pestanejar para te oferecer uma bolsa a mais, algum trabalho de assistente de pesquisa ou de assistente de professor.
Além disso, para tirar o visto, você terá que comprovar uma renda mínima que varia segundo a cidade. Caso esse valor seja maior que a bolsa, há três opções: 1) quebra o porquinho e usa a sua poupança da vida inteira para comprovar a renda e manter os gastos a mais; 2) pede a bolsa-pai; 3) pede bolsa adicional para a universidade.
Mas Pati, eu não tenho mestrado, não posso fazer doutorado. Errou, errou rude pequeno gafanhoto. Eu não fiz iniciação científica na graduação, não tenho mestrado, não tenho publicações, nunca participei de congresso algum. E daí? A minha bolsa do CsF foi aprovada e eu vou cursar o PhD in the Constructed Environment na University of Virginia com bolsa adicional da universidade. Ou seja, você não precisa desses itens para conseguir a bolsa e ser aprovado para fazer o doutorado no exterior. Esse post (Doutorado sem Mestrado) explica melhor sobre isso.
Para se inscrever para a bolsa de doutorado do programa Ciência sem Fronteiras você precisa: 1) Ser brasileiro ou naturalizado; 2) Ter concluído curso de graduação dentro das Áreas Contempladas pelo Programa Ciência sem Fronteiras; 3) Possuir bom desempenho acadêmico; 4) Não ter concluído doutorado.
A maioria das bolsas é oferecida para graduação na modalidade graduação sanduíche, e pós graduação nas modalidades doutorado sanduíche, doutorado pleno e pós doutorado. Ano passado o CsF abriu a primeira chamada para a nova modalidade mestrado profissional, dê uma olhada no site e tire as suas dúvidas. Outros tipos de bolsas incluem tecnólogos e treinamentos no exterior, assim como o incentivo aos estrangeiros para virem estudar no Brasil.
Não se desespere ainda. É muita informação sim, uma infinidade de documentos que você terá que providenciar, horas a fio estudando, porém o Abroaders está aqui para te dar a mão e te ajudar durante o processo! Conte com a gente!